A vida

Por Lilian Bruno

Imbuída deixar para trás, angústias, tristezas frente aos acontecimentos que chegam pela mídia, mundial ou local, resolvi pela décima vez, fortalecer meu com algumas belas visões que possa captar em minhas caminhadas diárias.
Promova você com clara consciência, a luz que causa a alegria de ser, disse eu a mim mesma, mesmo que, o externo pareça querer impedir o fluxo do viver em harmonia sintonizado com a beleza da vida.
Quero dizer que posso, sem ser alienada, voltar meus olhares para aquilo de bom que também em profusão existe, já que a esperança, dizem, é a última que morre.
Olho então, ao caminhar pela manhã, debaixo de um lindo céu azul, cada detalhe do que vejo.
Casas, prédios, comércios abrindo portas aos fregueses, pessoas indo para o trabalho a pé, de carro, á espera nos lotados pontos de ônibus, ou indo em direção ao metrô.
Não sei se pela luz radiante do sol, vejo tudo tão tranquilo, parecendo que cada situação nesse movimento todo, está perfeita.
Sei que assim não é, problemas acumulados nas mentes estão como que flutuando acima das cabeças, mas com bons olhos, enxergar continuidade do viver no início de um dia, permite aceitar a possibilidade que possa-se reverter a desesperança em contraponto ás infelicidades.
Olho com gratidão para árvores, flores, pessoas passando com seus cães, percebo o quanto estou necessitada desse cotidiano tão comum, tão simples, tão significante.
Assim caminhei por quarteirões, num meditar que lavou a Alma.
Nessa introspecção vejo uma casa com escritos num painel anunciando uma Escola de Ballet, ladeando vê-se, esbelta figura de uma bailarina.
Baixo os olhos para a janela, noto bela moça, cabelos presos em coq envolvido com uma redinha rosa, fazendo exercícios na barra própria a isso e sua figura refletida num enorme espelho.
Bela imagem esta, com música clássica ao fundo direcionando as práticas do aprendizado.
Confesso nunca imaginar avistar uma escola de ballet, ali, numa pequena travessa, meio escondida dos transeuntes.
Penso então, nem tudo está perdido, a beleza está sendo cultivada por muitos, embora, que incoerência, sejam poucos.
Com alegria no coração, para completar essa satisfação, resolvo entrar na padaria bem próxima de casa, tomar café com leite, comer pãozinho com manteiga na chapa.
Deliciosamente confortante.
Afinal devo comemorar as pazes que faço com as distorções da vida.
Com certeza, cada coisa, tenho anseios, voltará ao devido lugar.

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