Por Lilian Bruno Espera-se isso ou aquilo.Espera-se deste ou daquele.Espera-se disto ou daquilo.Espero de mim. Vê-se através dos códigos ocultos oferecidos pela vida a todos, e sabe-se, nem todos os conseguem perceber, que não é possível ser paciencioso o tempo todo, em certos momentos, questões ou situações. Necessário é ter força ativa. As circunstâncias pedemContinuar lendo “Conotações”
Arquivos do autor:Danilo Sanches
Caminhar e algo mais
Por Valdir Sanches Da janela do seu quarto, o idoso vê o percurso de sua caminhada. Quinhentos e cinquenta metros que margeiam o lago de Vila Galvão, em Guarulhos. Assim, nos fins de tarde, quando a temperatura ameniza, deixa sua casa e logo está entre os caminhantes, homens e mulheres, uns tantos da assimContinuar lendo “Caminhar e algo mais”
Sobre o voar
Mariana PortelaEu sempre organizava a casa para a chegada do Tom. Comprava leite Ninho, lia a programação infantil do fim de semana, punha mais água nas plantas. O ritual de sua vinda me fazia um homem mais sereno. Deixava de lado as noitadas regadas à gin tônica ou uísque sour. Esquecia-me do computador, dos meusContinuar lendo “Sobre o voar”
Lamber os beiços
Por Fernando Portela Meti meio pão francês com manteiga na caneca cheia de café; deixei encharcar um pouco, até a manteiga vazar e manchar o líquido escuro, e aí fui puxando com os dentes pequenos nacos do pão, que ora chupava, ora deixava desfazer na boca. Não existe nada mais delicioso neste mundo do queContinuar lendo “Lamber os beiços”
Paulistano da gema
Por Eliana Haberli O homem se chamava Adélcio e veio ereto do Rio Grande do Norte. Pobre, disfarçando amarguras, calado, mas daquele tipo durão que enfrenta o destino sem se lamentar. Foi parar na periferia da Zona Leste, lugar feio, sem asfalto, na casa pequena do irmão da tia. Logo que pós os pés lá,Continuar lendo “Paulistano da gema”
O Rei e minha mãe.
Por Lilian Bruno Nesta ocasião de 19 de abril de 2024, consigo sentir a frustração dos fãs com ingressos já comprados, por ficarem impedidos de assistir ao show do Rei Roberto Carlos, cantor mui amado pelos súditos. Numa festa de aniversário !Desejos não realizados á parte, segurança pública é prioritária, sem contestação.Vemos repetir fatos bastanteContinuar lendo “O Rei e minha mãe.”
O nomedo alvo
(Do baú de textos) Por Valdir Sanches Os tiros atingiram a…Levou dois tiros na…— Carlinhos, me dê uma ajuda aqui. Esse sujeito, do crime do Brás. Levou os tiros onde? Como vou escrever isso?— Fácil, dois tiros na…O editor da página policial pensou um pouco:— Não tem jeito, dois tiros na nádega.Nádega? – reagiu oContinuar lendo “O nomedo alvo”
Sem testemunhas
Por Mariana Portela “A mais vil de todas as necessidades – a da confidência, a da confissão. É a necessidade da alma de ser exterior. Confessa, sim; mas confessa o que não sentes. Livra a tua alma, sim, do peso dos teus segredos, dizendo-os; mas ainda bem que os segredos que digas, nunca os tenhasContinuar lendo “Sem testemunhas”
O homem vermelho em seu cavalo branco
Por Fernando Portela O homem vermelho em seu cavalo branco atravessava todo o bairro, duas vezes por dia, de manhã cedinho e no fim da tarde, oferecendo um delicioso produto: leite. O homem vermelho era vermelho mesmo, parecia que havia saído de uma manhã na praia; diziam que aquela cor da tez se devia aContinuar lendo “O homem vermelho em seu cavalo branco”
JÁ VI MUITA COISA
Por Eliana Haberli Já vi muita coisa, na minha idade. A frase é sem imaginação, embora muita imaginação seja necessária para a gente continuar sendo a gente depois de diversas décadas de existência. Primeiro, precisa se manter na onda. O Brecht afirmou poeticamente que tem gente surfando na onda que vai nos afogar. Sempre foiContinuar lendo “JÁ VI MUITA COISA”